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René Queiroz

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segunda-feira, dezembro 20, 2004

A educação pode melhorar a televisão ou a televisão pode melhorar a educação?

A televisão é hoje a principal educadora do país, o que não quer dizer que seja a melhor. Cresce o número de crianças que passa mais tempo na frente da televisão do que na sala de aula. Isso não seria de todo mau se da tela saíssem programas atraentes e instrutivos, capazes de complementar e estimular os conteúdos desenvolvidos pela escola. Seria ótimo, mas não é o que acontece. Salvo raras exceções, a maioria dos programas destrói, em poucos minutos, meses e até anos de aprendizado regular. Aprende-se, por exemplo, que não é com o diálogo, mas com a violência que se resolvem conflitos familiares. E que a felicidade pode ser obtida através de sorteios. Como colocar essa poderosa máquina a serviço de uma educação de qualidade? Em primeiro lugar, é preciso compreendê-la. A televisão ainda mantém uma aura de inacessibilidade. Ao realizar o sonho milenar do homem de ver a distância, ela constituiu-se em algo mágico, que seria compartilhado apenas por seres especiais. Hoje, com a redução do tamanho e do custo dos equipamentos, estudantes já começam a perceber que televisão não é um bicho-de-sete-cabeças. Mas é preciso enfrentar também o desafio da veiculação. No Brasil, diferentemente de outros países, os concessionários colocam no ar o que bem entendem. Quanta produção artística de qualidade não chega ao público porque as empresas não permitem? Descobrir isso já é um começo para enfrentar o poder da televisão. Um aprendizado que leve à compreensão crítica da televisão, aliado a uma pedagogia com ênfase na solidariedade e não no individualismo, pode auxiliar na melhoria da qualidade da programação. E uma televisão voltada para a cidadania e não para o consumo tende a se tornar criativa, instigante, reformuladora de valores e idéias. Um conteúdo que, se amplamente socializado, pode se tornar impulsionador de uma educação de melhor nível.
Laurindo Lalo Leal Filho é sociólogo

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