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René Queiroz

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segunda-feira, novembro 15, 2004

do Trabalho...

Já é hora de as empresas perceberem que vivemos numa nova sociedade.
Esta nova era, nova ordem ou nova civilização, os produtos mais consumidos já não dependem mais do esforço físico, mas, sim sobretudo, do esforço mental.
Vivemos hoje na era da informação, do entretenimento (o que levou o grande pensador Guy Debord a falar em Sociedade do Espetáculo), do design e da estética.
Tudo isto para ser produzido exige o quê? Idéias, intuição, visão... e, portanto, criatividade.
Este dramático momento - em que estamos vivenciando uma mudança de paradigmas em direção a uma nova ordem geo-política-econômica e social - exige de nós uma maior motivação no sentido de ativar a criatividade para mantermos o emprego ou obter um posto nesta sociedade da exclusão em que vivemos.
Quem percebeu isto, ainda recentemente, foi o sociólogo italiano Domenico de Masi.
Ele - em seu livro A Sociedade Pós-Industrial e o Ócio Criativo - associou essas exigências da nova época ao maior tempo livre de que dispomos por conta da exclusão promovida pela globalização, alimentada pela revolução tecnológica, na qual estamos agora até ameaçados da exclusão do pensar...
De Masi percebe o maior número de horas livres que passaremos a ter e lembra que, em outros tempos, em que isto também se deu, este tempo livre foi bem aproveitado para o crescimento intelectual e organizacional do homem.
Foi assim, por exemplo, que surgiu a escola. E é exatamente por meio da escola que devemos conscientizar nossos profissionais para que saibam desfrutar do tempo livre para o pensar e o criar.
A criatividade é que nos leva hoje a buscarmos algo que todas as empresas na sociedade Pós-industrial precisam obter e que recebe a denominação de inovação.
É de Gary Hamel, um dos maiores nomes da administração moderna, a sentença: “Você não consegue criar mais lucro sem criar novas receitas.
Se quiser gerar riqueza, a empresa tem de inovar”.
E Eduardo Ferraz nos diz: “A velha prática de copiar processos e importar tecnologia tende a não dar certo com o aprofundamento da globalização.
Somente com produtos e serviços diferenciados é que nossas empresas conseguirão ganhar os mercados lá fora”.
O Brasil ainda infelizmente padece de um enorme atraso neste setor.
Em relação a inovação tecnológica estamos engatinhando.
Daí a necessidade premente de incentivar a criatividade na escola, na empresa e na própria administração pública. Para isto, ela se faz necessária desde a idade mais precoce.
Só para se ter uma idéia, em 2001, as empresas brasileiras obtiveram a concessão de 125 patentes no Escritório de Patentes e Marcas dos EUA. Nesse mesmo período, a Coréia do Sul obteve 3763 registros e Taiwan 6545.
A inovação baseada nas idéias e na criatividade não se limita apenas a produtos.
É possível também inovar em diversos campos: desde os processos de fabricação, as relação com os mercados e a convivência no ambiente de trabalho.
Perguntados sobre como é possível incentivar o potencial criativo das empresas aos líderes mais criativos e inovadores da atualidade responderam: “faça da criatividade uma norma” (Craig Wynnett); “não tenha medo do futuro” (Michael Dell): “combine paciência com paixão”. (John Talley).
Nesta última fórmula está a origem da verdadeira motivação para buscar a criatividade e chegar a inovação; quando se tem paixão tem-se motivação, persistência e determinação...Celso Campos, professor de Marketing da Fundação Getúlio Vargas, publicou um livro primoroso, A Organização Inconformista (Editora Fundação Getúlio Vargas), no qual ele procura mostrar para as empresas qual o caminho para vencer na economia globalizada.
O segredo, segundo Campos, está em um modelo de organização inspirado no inconformismo e em funcionários necessariamente inconformistas e portanto mais criativos.

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