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René Queiroz

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domingo, novembro 21, 2004

da Midia e do Poder...

Mídia e poder
Michel Focault, nos chama atenção em seu livro “A história da sexualidade...”, para o fato de que em nossa cultura, a proibição, além ou por causa do fascínio que exerce, faz-se geralmente acompanhar de uma proliferação discursiva. É o caso da sexualidade, e também o da agressividade . Estamos percebendo que a proliferação discursiva sobre a agressividade humana, cada vez ganha mais espaço na mídia. Por que a mídia veicula tanta destrutividade através de sua programação? Será porque assim ela reflete a agressividade que se encontra latente em sua clientela? Podemos dizer, que a mídia é uma grande divulgadora da agressividade humana, pois assistindo um canal de notícias na televisão , o espectador vai percorrer um mundo em que a agressividade dá show, velada ou não, é notícia, torna-se espetáculo. Hoje, os noticiários, refletem um mundo repleto de disputas e violência: guerras, atentados, imagens de um único indivíduo apanhando geralmente de pequenos grupos uniformizados, a política da violência, a violência política, suicídios e execuções ( legais ou não ) são alguns exemplos.
As execuções públicas, na época clássica tinham poder de espetáculo e sempre deram vazão à dramaticidade que às vezes acompanham as pulsões agressivas. Michel Foucault, descreve em “Vigiar e Punir”, o quão cruel podiam ser os suplícios impingidos pela punição através do castigo-espetáculo ocorridos até o final do século XVIII e início do século XIX. Atualmente, continuamos às voltas com o crime-espetáculo, que de certa forma não deixa de ser no essencial uma variação do mesmo espetáculo, o espetáculo da agressividade que na época clássica, ocorria em praças públicas. Atualmente, através dos meios de comunicação ela acontece na privacidade acolhedora da casa do sujeito.
É fácil notar como os meios de comunicação servem de suporte, investem e enriquecem as notícias sobre violência, em seu poder de sedução através do espetáculo. Essas notícias são o prato principal e predileto da mídia, que sabe que os patrocinadores sabem que essas informações refletem a agressividade do sujeito e exercem um tipo de atração que se mantem através da intensificação e reprodução das notícias sobre violência. A avalanche desse tipo de notícia acaba banalizando, quase que absorvendo e assimilando o roubo, o assassinato, o estrupo no nosso dia a dia da atualidade.

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