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René Queiroz

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terça-feira, novembro 23, 2004

Por que temos que sair do Haiti...

O apoio militar brasileiro à intervenção em área em que o Brasil não tem sequer interesses nacionais logisticos, apresentou-nos ao mundo, não como arremedo de grande país, mas como nação satélite, disposta a saltar, obediente, segundo às ordens estadunidenses.
O próprio ingresso como membro permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas é contrário aos interesses do Brasil. Tal posição ensejaria o compromisso pelo Brasil de financiar, com recursos e homens, as operações de domínio mundial, sem real possibilidade de interferir nas decisões tomadas.
É segredo de polichinelo que o eventual ingresso do Brasil, como membro permanente, no Conselho de Segurança das Nações Unidas, ao lado da Alemanha, Índia, Japão, etc, se dará sem o poder de veto, que permanecerá sendo monopólio das potências vencedoras da II Guerra - USA, Rússia, França, Inglaterra e China.Pagando a conta pro patrão. No Haiti, o Brasil já está empregando recursos humanos e materiais nacionais em defesa da política USA. É do desconhecimento quase geral da população brasileira que os gastos da intervenção nacional, orçados inicialmente em 160 milhões de reais, será financiado em maior parte pelas burras do Brasil.
Paradoxalmente, há poucos meses, o presidente Lula propôs não haver condições econômicas para elevar o salário mínimo além dos miseráveis 261 reais - pouco mais de sessenta euros -, precisamente por faltarem recursos. Enormes cortes federais nos investimentos na educação, na saúde, etc. foram apoiados no mesmo argumento.
A retirada imediata das tropas brasileiras do Haiti é decisão imprescindível para a manutenção da autonomia nacional diante das exigências imperialistas estadunidenses. Constitui ato de respeito ao direito inalienável de autodeterminação dos povos e das nações, em geral, e do sofrido povo haitiano, em especial, compromisso com o qual o Brasil não pode faltar.
A retirada das tropas de intervenção no Haiti trata-se de medida a ser executada sem delongas, antes que os jovens militares, obedecendo a ordens de governantes irresponsáveis, manchem as mãos brasileiras com o sangue haitiano e o solo daquele triste e humilhado país com o sangue brasileiro.
Mário Maestri, 56, é historiador

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