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René Queiroz

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terça-feira, janeiro 18, 2005

Wittgenstein

o mundo consiste de fatos
O que significa, explica ele, que o mundo "é a totalidade de fatos, não de coisas".
Se você não consegue ver a diferença, é o seguinte: "Fatos" são afirmações verdadeiras sobre coisas. Uma cadeira é uma coisa; a afirmação "a cadeira é vermelha" é (ou pode ser) um fato. O "mundo" como o conhecemos é simplesmente a reunião de fatos conhecidos -- o que "acontece" -- e não de coisas distintas daquilo que podemos dizer sobre elas. É a linguagem que constrói nosso senso de mundo, nosso meio e nossas experiências. O que não podemos dizer não podemos conhecer; "sobre o que não conseguimos falar, devemos silenciar".
As proposições de Wittgenstein influenciaram profundamente um grupo de jovens filósofos conhecidos como "positivistas lógicos" -- os que acreditavam, como Hume, que tudo o que não seja auto-evidente ou empiricamente demonstrável é mero contra-senso. (No entendimento deles, literatura, arte e a metafísica visionária não passam de "contra-senso".) Porém, embora eles tivessem adotado Wittgenstein, Wittgenstein não os adotou. Pois, mesmo achando que a filosofia devia se restringir aos "fatos", ele permaneceu obcecado por silêncios e realidades não demonstráveis. O que não é real pode ser nonsense, mas até onde Wittgenstein estava interessado, nonsense é muito interessante. O pensamento de Wittgenstein evoluiu entre o Tractatus e a obra póstuma Investigações Filosóficas (1953), que recolhe as conferências dadas por ele em Cambridge. De fato, ele quase abandonou muitos de seus pontos de vista anteriores, tais como quando ele afirma que "os limites da minha linguagem são os limites do meu mundo". Como muitos filósofos da linguagem, Wittgenstein, quando jovem, tratou as palavras como indicadores ou símbolos das coisas no mundo. Mas, na maturidade Wittgenstein considerou que toda essa ênfase na referência era simplista demais.

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