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René Queiroz

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quarta-feira, maio 18, 2005

Cai não cai

Mais uma derrota do governo no Congresso, pelas mãos de Severino: o governo não consegue emplacar um conselheiro no TCU e a vaga vai para um afilhado do lídimo presidente da Câmara.
Alguém pode pensar que esta foi a pá de cal na coordenação política de Aldo Rebelo.

Lula tem que balancear o quadro político, se como quer o PT, ele afastar Aldo e colocar um petista na Coordenação Política, corre o risco de ter que enfrentar problemas nas alianças estaduais e municipais, pois o PT vai optar sempre que puder por candidaturas próprias e puro-sangue. Isto é um problema, para começar, no Rio Grande do Sul e em Minas. Com isto Lula corre o risco de fragmentar a base e ir para a reeleição só com os minutos do PT e um ou dois partidos menores na televisão.
Assim, o trade-off é: privilegiar o projeto federal, ou ganhar força nos estados e municípios ?
Problema 1: se Lula ganhar a parada e conseguir suas alianças para a reeleição às custas da base petista, corre o risco de ter um segundo mandato em que será ainda mais refém da base aliada do que já é.
Problema 2: se Lula resolver dar força às candidaturas do PT nos estados e municípios, corre o risco de enfrentar uma reeleição dura, ou mesmo, de perdê-la.
Assim, podemos estabelecer 3 cenários:
1) a política econômica mostra resultados visíveis e palpáveis até a eleição. Lula acumula capital político. Os aliados, por gravidade, correm para seus braços, mas ele não depende tanto deles e pode tentar aumentar a força do PT nos estados e municípios, com o objetivo de governar com uma bancada mais confiável no segundo mandato.
2) a política econômica fica no stop-and-go: Lula parte para a reeleição sem resultado garantido. Aliena o PT e tenta renovar a aliança com os partidos aliados, principalmente PMDB e PP, a um alto custo. Além disso corre o risco de ser um total lame-duck no segundo mandato, refém do Congresso.
No terceiro cenário a política econômica afunda. Neste caso Lula dificilmente se reelegerá pois terá contra si a oposição, os "aliados" e provavelmente seu próprio partido, que dificilmente lhe negaria a legenda mas competiria, nos estados e municipios, com um discurso anti-governo federal.
Eu acho que o segundo cenário é o mais provável. Neste caso veremos um fenômeno curioso até a reeleição, que é um Lula cada vez mais falando em nome de sua base do que do PT _ a despeito daqueles que acham que Lula e PT são a mesma coisa.
É esperar para ver.
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