"Por que não te calas já?!"
Juan Carlos Bourbon investiu-se dos poderes de colonizador e perguntou ao presidente da Venezuela por que ele não se calava? Chávez fez críticas à Espanha na reunião de países ibero americanos. Acusou empresas espanholas de negócios escusos, o ex-primeiro ministro Jose Maria Aznar de "fascista" e de participação no golpe de 2002 que tentou derrubar o venezuelano e, lógico, a GLOBO aqui editou a discussão entre o rei e o presidente (eleito pelo voto popular) não mostrando a resposta de Chávez. Daniel Ortega, presidente sandinista da Nicarágua havia feito críticas a empresas espanholas que atuam em seu país momentos antes. Ortega denunciou a reunião do embaixador da Espanha em seu país, em Manágua, dias antes das eleições, na tentativa de mobilizar forças para evitar sua vitória. Disse com todas as letras que vitorioso, recebeu proposta de suborno de empresas espanholas que operam na Nicarágua. O presidente sandinista acusou a Espanha de permitir que os Estados Unidos usem bases militares espanholas para operações contra povos de outros países e citou o exemplo do bombardeio contra a casa de Kadafhi, na Líbia. O presidente líbio escapou, mas seus filhos morreram no bombardeio. O presidente da Argentina, Nestor Kirchnner acusou a Espanha de práticas colonialistas e denunciou a ação predatória de empresas espanholas na Argentina. O presidente Evo Morales, da Bolívia, reclamou de pressões do governo espanhol para ceder favores a empresas espanholas. Rafael Corrêa do Equador fez denúncias semelhantes. Chávez secundou e ratificou todas as acusações, saiu em defesa dos presidentes dos países da América Latina e respondeu ao rei que "não temo o senhor, fui eleito pelo meu povo e não permitirei que se repitam as matanças históricas da época da colonização, praticadas pelo seu país". A acusação a Aznar, chamado de fascista foi simples e direta: "Aznar é um fascista". Dois países reconheceram o golpe tentado contra Chávez em abril de 2002. Espanha e Estados Unidos. Aznar governava a Espanha. A derrota eleitoral do candidato de Aznar para o atual primeiro-ministro espanhol Zapatero se deveu à mentira de Aznar a propósito de um atentado do grupo separatista basco ETA, em território espanhol, dois ou três dias antes do pleito. Aznar, que havia enviado tropas espanholas para o Iraque (foram retiradas por Zapatero) tentou inculpar a Al Qaeda e a Espanha inteira percebeu que estava diante de uma cilada, uma tentativa de atrelar o país ao império norte-americano. Uma simples consulta a jornais espanhóis da época vai revelar que os votos que deram a vitória ao Partido Socialista (?) de Zapatero vieram da mentira de Aznar. Um ano após a derrota de seu candidato para Zapatero, Aznar foi acusado, pela imprensa norte-americana, de receber dinheiro da CIA (Agência Central de Inteligência) norte-americana, para uma organização (fundação ou ONG) que montara e que desenvolvia ações golpistas em países de língua espanhola a favor dos interesses de empresas privadas e dos EUA. Uma reunião como a que aconteceu no Chile se presta a que debates desse jaez aconteçam. Se Chávez reagiu de forma histriônica ou não, isso é outro problema. Com toda certeza um Chávez vale milhões de vezes mais que um Juan Carlos. Franquista (uma das mais cruéis ditaduras da história do século XX) e sabidamente de extrema-direita. Só para se ter uma idéia pálida de como atuam os empresários espanhóis em países da América Latina, basta recordar o naufrágio do Bateau Mouche, num reveillon, há alguns anos atrás no Brasil. Como os donos da empresa fossem espanhóis, a embaixada do país entrou em ação e pressionou as autoridades brasileiras para que tudo ficasse em mero jogo de cena. Fatalidade. O descuido e a característica criminosa do fato (barco inadequado, sem manutenção, super lotado) não contavam para o embaixador e o governo da Espanha. Todos os espanhóis envolvidos no naufrágio estão em liberdade e nenhuma família dos mortos foi indenizada como determinado na lei. Um deles, Chico Recarey freqüentava colunas sociais, era tido como rei da noite, dono de pontos de prostituição (boate Help em Copacabana, esquina de rua Miguel Lemos e avenida Atlântica). Era um deles, um dos espanhóis. Juan Carlos, fascista como Aznar, ambos estão acostumados a terem tapetes vermelhos estendidos por presidentes latino-americanos fracos ou corruptos quando chegam para a velha história de trocar apito com os "índios" locais. Neste momento não conseguem. Nem com Chávez. Nem com Ortega. Nem com Morales. Muito menos com Corrêa e menos ainda com Kirchnner. O rei da Espanha hoje é só vitrine dos negócios de empresas espanholas, imagem construída por essa estranha e doentia fascinação das elites por condes, marqueses, duques, etc. Nada além disso. O que a mídia fez foi aproveitar, editar, mutilar os fatos, apresentá-los como convinha e convém aos interesses dos espanhóis, tudo dentro de um processo visível de tentativa de derrubar o presidente da Venezuela. São "negócios" de bucaneiros, piratas, saqueadores. A explosão de Juan Carlos Bourbon se deve também, vários jornalistas presentes ao encontro revelaram isso a seus jornais, inclusive jornais norte-americanos, às manifestações de apoio a Chávez. O venezuelano foi seguido enquanto esteve no Chile por um cortejo de chilenos a ovacioná-lo. O rei está acostumado a "dar a bênção real" aos antigos colonos (acredita que ainda seja assim) e não gostou de ficar em segundo plano. Zapatero? Malgrado os méritos de seu governo, retirou as tropas espanholas do Iraque, já foi enquadrado e apenas suaviza o chicote e o pelourinho herdado de Pizarro e Cortez. É bom nunca se esquecer que uma das maiores matanças da história da América do Sul foi praticada por espanhóis contra o povo Inca. Está em todas as páginas, de todos os livros de história. Vale lembrar uma crônica de Luís Fernando Veríssimo sobre o período em que os mouros ocuparam a Espanha: "nunca destruíram nada e quando saíram todos os monumentos históricos estavam intatos, ao contrário dos cristãos quando ocuparam países árabes: destruíram o que puderam para implantar a verdade cristã". Os leiloeiros de New York estão cheio de peças saqueadas do Museu do Iraque, o Museu Babilônico, desde a ocupação daquele país pelos norte-americanos. O rei da Espanha é tão somente um bibelô a exibir-se na esteira dos "grandes negócios" dos empresários de seu país. Nem rei mais se faz como antigamente. Deve ter pensado que estava se dirigindo a um dos seus súditos quando mandou Chávez calar. Recebeu a resposta devida e a altura. Se a GLOBO não mostrou é por que a GLOBO, como a grande mídia no País, está a serviço do capital internacional e das máfias que controlam os "negócios". Está aí o genro de FHC estrebuchando porque a PETROBRAS removeu as licitações de prospecção na bacia de Santos e vai ela própria tomar conta da reserva recém descoberta. O sacripanta, sem nenhum caráter, está defendendo empresas estrangeiras. Pensa também que o presidente da República ainda é o ex-sogro, ambos corruptos e venais. Isso também a GLOBO não vai falar, as empresas estrangeiras são grandes anunciantes.
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