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René Queiroz

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quinta-feira, março 03, 2005

"O que vou ser quando crescer?"

"O que vou ser quando crescer?" Passamos muito tempo fazendo e ouvindo essa pergunta. A resposta podia até mudar com os anos, mas sempre havia um sonho, um projeto ou um desejo que ajudava a prever - ainda que transitoriamente - o futuro profissional de cada um de nós. Vivíamos em um mundo de transformações rápidas, porém incomparáveis à velocidade da Era Digital. Profissões desaparecem, outras são criadas. O que é carreira de sucesso hoje pode não ser amanhã. O mercado de trabalho encolhe e exige cada vez mais do jovem que busca o primeiro emprego ou tenta se manter nele.
O novo mundo do trabalho incorporou a tecnologia ao cotidiano dos empregados. Não basta saber utilizar equipamentos; é preciso saber como aproveitar ao máximo a potencialidade de cada máquina, de cada processo produtivo, de cada estratégia de mercado. Surge nas empresas um novo modelo de gerenciamento de recursos humanos baseado na valorização das competências do trabalhador. A forma de administrar e planejar os negócios passa a exigir maior participação de todos os funcionários - em uma troca constante de informações/saberes. Mas o que para alguns representa avanço na relação entre capital e trabalho, para outros revela a perda de poder de barganha dos trabalhadores e a ameaça aos laços de solidariedade criados no ambiente profissional. A polêmica está estabelecida.
O próprio conceito de trabalho sofre transformações. Quem pensar em profissão usando a lógica do século 20 criará um atalho para o desemprego ou, na melhor das hipóteses, para o subemprego. A figura do especialista em determinada área tende a desaparecer. O trabalhador pode até preferir desempenhar um leque específico de tarefas. No entanto precisará dominar técnicas que o qualifiquem para atuar não em uma profissão, mas sim em um campo profissional.
Em um mundo globalizado, o emprego - e o desemprego - também assumirá perfil planetário. O profissional de primeira linha será disputado por empresas transnacionais e poderá trabalhar em qualquer país. Sua mão-de-obra assumirá caráter imprescindível, independente das barreiras contra imigrantes estabelecidas pelas nações ou blocos econômicos.
É inquestionável que os avanços tecnológicos introduzem mudanças radicais no mundo do trabalho. No entanto essas mesmas transformações podem acirrar o quadro de exclusão social, só que com um novo perfil. O conceito de analfabetismo será ampliado. Não bastará apenas dominar os códigos da leitura e da escrita. Quem não souber utilizar, por exemplo, o computador estará fora do mercado de trabalho e terá dificuldades até mesmo para o exercício pleno da cidadania. O cyberanalfabetismo será uma das mais graves manifestações da exclusão social no século 21.
http://www.multirio.rj.gov.br/seculo21

1 Comentários:

Blogger Rene disse...

Pois estamos assim mesmo...

12:03 AM  

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