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René Queiroz

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sexta-feira, fevereiro 24, 2006

Claro que pode, uai...

Comentário de Lucia Hipollito no Blog do Noblat:

"Nas suas andanças eleitorais, o presidente Lula afirmou que todo homem público está sempre em campanha, faz campanha 24 horas por dia, 365 dias por ano.
E é isto mesmo. Lula está coberto de razão. Uma campanha eleitoral começa quando termina a anterior.

Assim que são proclamados os vencedores, começa a próxima campanha. O eleito governa todo o seu mandato pensando em se reeleger ou em eleger seu sucessor.

E não há nada de errado nisso. É assim em todas as democracias do mundo, presidencialistas ou parlamentaristas.
Só as monarquias e as ditaduras não precisam se preocupar com eleições.

Nos países em que o instituto da reeleição permite que o governante se candidate sem precisar deixar o cargo, como é o caso do Brasil, é quase impossível distinguir os atos de governo das atitudes simplesmente eleitoreiras.
Por exemplo: a correção da tabela do imposto de renda é reivindicação antiga da classe média. O governo Lula não estava nem aí para esta demanda.
Mas Lula começou a perder o apoio da classe média desde fevereiro de 2004, quando o escândalo Waldomiro Diniz explodiu no colo do então todo-poderoso ministro-chefe da Casa Civil. Pois neste ano eleitoral de 2006, a tabela do imposto de renda foi corrigida. Não como deveria, mas já é um avanço.

É um importante ato de governo?
É verdade.
Trata-se de uma medida eleitoreira para reconquistar os votos da classe média?
Também é verdade.
Outro exemplo: as tarifas de telefone fixo passariam a ser cobradas não mais por pulsos, mas por minutos. A conta do telefone fixo ia simplesmente bater no teto. Medida antipática, impopular, ruim de ser adotada em ano eleitoral.

O que fez o governo federal? Adiou por um ano, jogando o problema no colo do sucessor de Lula.
E se o presidente for reeleito, terá legitimidade para adotar o aumento logo no início do governo, quando todos os presidentes ainda estão em lua-de-mel com o eleitorado.
O adiamento foi bom para os consumidores? Foi ótimo. Pode render dividendos eleitorais? É claro que pode.
Um presidente no exercício do cargo é sempre um candidato fortíssimo à reeleição. Tem a caneta, a chave do cofre e toda a mídia ao seu redor, noticiando cada passo seu. Pode distribuir um saco de bondades por dia.
E se conta com uma opinião pública distraída e uma oposição incompetente, aí então, é mamão com açúcar. O governante pode viver permanentemente em campanha."

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