Com Alckmin, PSDB opta pelo ‘menor risco’
Ao escolher o governador Geraldo Alckmin para enfrentar Lula nas eleições presidenciais deste ano, o PSDB fez uma opção pelo “menor risco”.
O raciocínio é o seguinte: a dianteira de Lula nas pesquisas de opinião índica que a eleição não será um passeio para o PSDB. Longe disso. Se o escolhido tivesse sido José Serra, o partido teria de abdicar da prefeitura de São Paulo, terceiro maior orçamento da República, sem dispor da certeza de que levaria em troca o Palácio do Planalto.
Os tucanos acham que, com Alckmin, corre-se “risco zero”. Depois de cumprir dois mandatos no Palácio dos Bandeirantes, o governador terá mesmo de deixar o governo de São Paulo. Chegando ao Planalto, acrescenta ao ativo partidário a retomada do poder central. Perdendo, impõe à legenda um prejuízo menor do que a eventual derrota de Serra.
A despeito da conotação derrotista embutida no cálculo do PSDB, o partido julga que entra na disputa com chances de êxito. Seus dirigentes avaliam que boa parte das intenções de voto atribuídas a Serra vai migrar “por gravidade” para Alckmin, tonificando-lhe os índices nas pesquisas. Polarizando com Lula, o governador tenderia a atrair para si a maior parte dos votos que expressam oposição ao governo petista.
A análise rósea desconsidera dois fatores essenciais:
1. Graças a uma armadilha montada sob FHC, Lula disputa a reeleição sem deixar o cargo. Tem a seu dispor uma engrenagem administrativa capaz de despejar sobre o noticiário uma interminável seqüência de gentilezas aos eleitores.
2. o tucanato entra numa campanha que promete ser renhida com seus exércitos divididos. A disputa entre Serra e Alckmin deixa feridas de difícil cicatrização. Repete-se agora um fenômeno que prejudicou o tucanato em 2002. Naquele ano, o papel hoje atribuído a Alckmin foi desempenhado por Tasso Jereissati, que disputou com José Serra a vaga de presidenciável do partido. A diferença é que o Serra de 2002 venceu o embate. A semelhança é que, ontem como hoje, a disputa deixou como subproduto o germe da desagregação.
do Blog de Josias de Souza
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