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René Queiroz

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quinta-feira, dezembro 25, 2008

Mudanças...

Alteridade (derivado do latim "alter", outro), característica contrária à identidade. Platao a chamava «o outro» e a entendia como uma das propriedades gerais das idéias, ou formas. A alteridade coexistiria junto com as propriedades do movimento, quietude, existencia e igualdade - aquilo que faz que cada coisa seja «outra com respeito às demais». As coisas sao múltiplas e diversas entre sí mas, a «existencia» propria do nao ser nao existe em sentido absoluto mas sim de modo relacional, o "nao-ser" só existe enquanto um coisa "nao é" outra, Para Aristóteles, a alteridade é a diferença. A lógica do gênero e a diferença lhe eram suficientes para precisar com sentido o que algo é e o que não é. A filosofía de Hegel deu a alteridade o nome de «o outro» e um lugar de destaque, necessária para a constituição do sentido da realidade das coisas: tudo é o que é, mas a compreensao de o que algo é depende de compreender o que nao é. Para Hegel, nada «é» simplesmente, tudo se relaciona dialeticamente com tudo. O finito nao é só um límite quantitativo, é a negaçao de todas as outras coisas que pode ser: nao ser (qualitativamente) estas outras coisas é o seu sentido. Entre as coisas que para ser plenamente necessitam do «outro» está em particular o «eu». Na filosofía contemporanea alguns autores se destacaram na abordagem desse tema, sobretudo Husserl, Sartre, Merleau-Ponty e Levinas, que desenvolveram o conceito de alteridade como a presença necessaria do outro, nao apenas para a existencia e constituçao do proprio eu, mas principalmente para a constituçao da intersubjetividade. É isso e mais nada, espero mudanças, senão eu mudo!
Rene

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