pensante

René Queiroz

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sexta-feira, dezembro 31, 2004

Para os meninos da manutenção, meninas da Biblioteca, meninos do CTM, povo da Engenharia, pra todos de Jundiai...

Quero dizer que:
Não é a palavra fácil que procuro, procuro a palavra fóssil, a palavra antes da palavra, esta que antecede e se antecede na aurora e nas origens do homem.
Por isso procuro desenhos dentro da palavra, sinais, vendavais e silêncios.
Rastros de animais, minerais e insesatez.
Procuro não mais um mero esboço de desenho inacabado de homem, inadequado as vezes, mas por certo procuro uma forma de chegar e falar das coisas do mundo e de mim mesmo.
Busco, portanto a escrita primordial, rastro e inscrição e ao mesmo tempo movimento.
Entendo a minha escrita, pois tudo o que penso pouco mais dura do que uma escrita, da raiz, da marca de pés na terra, que mimo e rumino.
A escrita que por fim me habita.

2005 vai certamente ser muito melhor
Rene

quarta-feira, dezembro 29, 2004

Susan Sontag está certa quando diz que "todas as fotografias são memento mori".
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terça-feira, dezembro 28, 2004

Susan Sonntag morre aos 71 anos

Uma das grandes intelectuais norte-americanas, Susan Sonntag morre aos 71 anos, hoje

Na verdade, ela preferiria escrever romances, e não ensaios. Na verdade, ela gostaria de ler, escrever, encenar peças, ir ao cinema e viajar, em vez de fazer seus comentários políticos. Mas não adianta. Vêm os jornalistas, e começa tudo de novo. “Provavelmente eu tenha uma consciência superdesenvolvida, de forma a achar que sempre é minha obrigação participar das discussões públicas sobre política e cultura. Essa é a cidadã em mim”.
“ Provavelmente eu tenha lido muito Kant na minha juventude [...] Nós vivenciamos uma mudança tão radical nos Estados Unidos, e há tão pouca crítica aberta, que eu me sinto na obrigação de me manifestar."
Um de seus últimos livros, intitulado Diante da Dor dos Outros, é uma reflexão sobre a imagem do sofrimento alheio. "Trata-se ali da guerra. [...] É uma reflexão sobre como nos inteiramos de uma guerra da qual não participamos e apenas conhecemos através de fotografias e imagens. Eu escrevo sobre esse abismo entre as imagens e a realidade."
Susan Sontag não hesitava em utilizar conceitos como compaixão, veracidade, moral e realidade. E isso em um mundo no qual vê muita superficialidade e cinismo. "Vivemos num mundo em que as pessoas são encorajadas a serem cínicas, vulgares e superficiais e a odiar aqueles que são sérios." Entre os quais ela, com razão, se incluía.
"Tem-se a impressão de que é verdade o que se escreve, mas com certeza nunca é toda a verdade. Escrever é comparável à fotografia. Escolhe-se algo para enfocar, deixando-se muita coisa de fora. Um outro trecho da paisagem, um outro enfoque, daria uma foto totalmente diferente".
Captar tanto quanto possível da realidade - é disso que se trata na vida. E isso Susan Sontag fazia através de leituras, viagens e seu engajamento em casos concretos, como o fato de ter vivido durante três anos em Sarajevo. Mas principalmente através de uma posição interior marcada pela flexibilidade e a espontaneidade. Just do it - no que a escritora, profundamente européia, se revelava muito americana.
Rene


domingo, dezembro 26, 2004

mais uma de Olavo de Carvalho...

"Por irritante que seja para seus velhos correligionários evolucionistas e ateus, a "conversão" do filósofo Anthony Flew ao deus de Aristóteles só mostra duas coisas. A primeira é o hábito consagrado, quase um direito adquirido entre os materialistas modernos, de opinar em questões de metafísica sem o necessário conhecimento da filosofia clássica e medieval. Basta um deles fazer uma tentativa séria de estudar o assunto, e suas convicções começam a ceder terreno. Nem o velho determinismo de Darwin nem a mais recente moda do acaso onipotente são compatíveis com uma inteligência filosoficamente madura. São poses adolescentes, incapazes de resistir a um exame crítico..."

Pois é, visto bem de perto ninquem é normal...
Leio tudo o que me cai em mãos e respeito muito toda opinião emitida, mas tenho certeza que um pouco de bom senso é determinante...
Santa Antropologia!!!
Rene

agora sim, Jundiai em obras. Posted by Hello

Jundiai em Obras!!! Posted by Hello

terça-feira, dezembro 21, 2004

André e o Infinito do Pé

Todo golfinho tem um pouquinho de tubarão,
Todo ateu tem algum tipo de Deus no coração,
Todo cordeiro tem um pouquinho de lobo,
Todo geninho tem um pouquinho de bobo...

segunda-feira, dezembro 20, 2004

A educação pode melhorar a televisão ou a televisão pode melhorar a educação?

A televisão é hoje a principal educadora do país, o que não quer dizer que seja a melhor. Cresce o número de crianças que passa mais tempo na frente da televisão do que na sala de aula. Isso não seria de todo mau se da tela saíssem programas atraentes e instrutivos, capazes de complementar e estimular os conteúdos desenvolvidos pela escola. Seria ótimo, mas não é o que acontece. Salvo raras exceções, a maioria dos programas destrói, em poucos minutos, meses e até anos de aprendizado regular. Aprende-se, por exemplo, que não é com o diálogo, mas com a violência que se resolvem conflitos familiares. E que a felicidade pode ser obtida através de sorteios. Como colocar essa poderosa máquina a serviço de uma educação de qualidade? Em primeiro lugar, é preciso compreendê-la. A televisão ainda mantém uma aura de inacessibilidade. Ao realizar o sonho milenar do homem de ver a distância, ela constituiu-se em algo mágico, que seria compartilhado apenas por seres especiais. Hoje, com a redução do tamanho e do custo dos equipamentos, estudantes já começam a perceber que televisão não é um bicho-de-sete-cabeças. Mas é preciso enfrentar também o desafio da veiculação. No Brasil, diferentemente de outros países, os concessionários colocam no ar o que bem entendem. Quanta produção artística de qualidade não chega ao público porque as empresas não permitem? Descobrir isso já é um começo para enfrentar o poder da televisão. Um aprendizado que leve à compreensão crítica da televisão, aliado a uma pedagogia com ênfase na solidariedade e não no individualismo, pode auxiliar na melhoria da qualidade da programação. E uma televisão voltada para a cidadania e não para o consumo tende a se tornar criativa, instigante, reformuladora de valores e idéias. Um conteúdo que, se amplamente socializado, pode se tornar impulsionador de uma educação de melhor nível.
Laurindo Lalo Leal Filho é sociólogo

domingo, dezembro 19, 2004

Libertad y Revolución: una nueva corriente interna del P-SOL

Elídio Marques y Daniel Monteiro
Revista Marxismo Revolucionario Atual
En los días 4 y 5 de diciembre, en Río de Janeiro, cerca de 50 compañeras y compañeros provenientes de diversas regiones del país, participaron del seminario que selló la formación de una nueva corriente interna del Partido Socialismo e Liberdade (P-SOL).La fusión entre Liberdade Vermelha (de la cual participaban la senadora Heloisa Helena y el economista Joao Machado entre otros), y Marxismo Revolucionario Atual (integrado por militantes provenientes de Democracia Socialista, Articulação de Esquerda, y Força Socialista), culmina con la constitución de Liberdade e Revolução. La nueva corriente nace bajo las señas del marxismo, del socialismo, de la revolución, del internacionalismo, de la independencia de clase, de la democracia, del feminismo y del combate a todas las opresiones. Nace también, empeñada en la tarea de ampliar el partido y profundizar su capacidad de contribuir de forma decisiva para la construcción de una alternativa socialista en nuestro país. Liberdade e Revolução no está organizada en torno de la reafirmación de alguna de las tradiciones ya existentes en el seno del marxismo. Pretende tomar lo mejor de esas diversas experiencias para juntar a mujeres y hombres del tiempo presente, ante el desafío de encontrar los nuevos caminos que nos llevarán a las revoluciones del siglo XXI. Los militantes de esta corriente estarán lanzados en el desafío de construir el P-SOL, en las luchas de los movimientos sociales y en el debate del conjunto de los socialistas brasileros. Constituímos esta corriente, concientes de que ninguna estructura al servicio del socialismo puede ser un fin en si mismo. Su desarrollo y continuidad precisa estar bajo la prueba permanente de su utilidad para la lucha de clases, para el proyecto societario que proponemos.Reuniendo militantes de diferentes orígenes, la mayor parte de ellos venidos de las distintas corrientes de la izquierda petista, Liberdade e Revolução no trata la historia del PT como una secuencia inevitable de equívocos y fracasos desde el principio al fin, sino como una fuerte expresión de la capacidad que tuvieron los trabajadores brasileros de organizar un instrumento de lucha política. El proceso que llevó a la usurpación de aquel instrumento y el balance de los errores y aciertos de aquella experiencia, están entre los temas de debate central para la reconstrucción del proyecto socialista en Brasil. Liberdade e Revolução fue creada porque sus integrantes están convencidos de que así contribuirán más y mejor a la lucha socialista y al fortalecimiento de la apuesta que hacemos en el Partido Socialismo e Liberdade, como un instrumento estratégico de los millones de trabajadores y oprimidos que, en nuestro país, ven sus esperanzas y sueños abandonados por el actual gobierno y por el PT.

Elídio Marques y Daniel MonteiroRevista Marxismo Revolucionario Atual

sábado, dezembro 18, 2004

A Teoria do Caos e as Ciências Sociais

O princípio básico da teoria do caos é a não linearidade dos fenômenos e a teoria constitui-se a partir dessa não linearidade. Diferente da ciência clássica, que reduz a não linearidade ao linear. Mesmo nas ciências exatas, essa redução se faz. Qual é a redução? A ciência guia-se pelo pressuposto que pequenas modificações na configuração do sistema dariam pequenas mudanças. Por exemplo: no sistema solar, pequenas perturbações na órbita de um satélite ou de um planeta dariam pequenas variações de trajetória, ou seja, o planeta oscilaria em torno da sua órbita estacionária, se a perturbação fosse pequena. No caso do pêndulo simples (é um barbante com uma bolinha presa na ponta), a ciência clássica estuda pequenas variações de amplitude (é o ângulo formado pela inclinação do fio em relação à vertical); então o pêndulo oscila em torno da posição de equilíbrio, como o relógio de pêndulo; agora, se se afastar muito da posição de equilíbrio, o fenômeno da oscilação será não linear. O que faz a ciência clássica? Obtém a descrição da parte linear e uma compreensão das variações em torno deste movimento linear, simplesmente, acrescentando o efeito dessa variação como perturbação; então, reduz o não linear ao linear. É o tratamento matemático por séries. Tem-se um termo de ordem zero, o termo de primeira ordem, que é o termo linear, e depois os termos seguintes que serão não lineares; considera-se esses termos como perturbação. A ciência clássica sempre fez isso; ao contrário, a teoria do caos considera fundamental a não linearidade. Pois bem; A ligação do pensamento de Marx com a teoria do caos é significativa; a ciência do caos não é a ciência do estado, e sim a ciência do processo, não é do estado, mas do devir. Assim, o caos está ligado com a concepção marxiana do movimento das relações, o devir. Quando se trabalha com o conceito de escala, usando essa referência topológica para entender o fenômeno, nas ciências sociais, entende-se o processo de estratificação e pode-se explicar que a posição que os indivíduos ocupam nesse processo de estratificação, à medida que ocupem lugares diferentes, vão ter uma explicação para determinado acontecimento histórico, por exemplo, para a Revolução Francesa; mas nesse caso temos um problema: usar o conceito de escala com o mesmo sentido do conceito de estratificação não é apropriado. A história da Revolução Francesa seria estudar o movimento dos padrões. Em termos de escalas e padrões diferentes, como isso ocorre? Como a figura muda no tempo? As respostas definiriam o espaço-tempo histórico do fenômeno. No fundo o que acontece? O que acontece é que se terá uma compreensão do fenômeno pela sucessão de padrões que se obtenha dos estudos de diversos momentos. Cada padrão, com a escala do momento específico, é exatamente a historicidade sincrônica do fenômeno. O objeto Revolução Francesa tem, em cada corte, uma historicidade que são exatamente o padrão, os atratores e a manifestação das contradições expressas pelos contornos, etc. A historicidade do objeto no corte sincrônico dará a compreensão da história da Revolução Francesa.
O jogo entre o corte estrutural do objeto epistemológico, o sincronismo, e o diacronismo, que é a história desses cortes. Agora esses cortes contêm essa historicidade; é a mesma idéia do todo e da parte, o todo está na parte. A questão é colocada de uma forma específica com a teoria do caos, com a reiteração. É interessante que se tem uma reiteração, mas essa reiteração produz padrões distintos, e só mudando a relação com o padrão é que se pode verificar o todo na parte. Então, na aparência, usando uma linguagem marxiana, são diferentes, porque com uma só escala vê-se coisas diferentes, mas se muda a relação do observador com o observado, na sua essência, há uma reiteração; uma reiteração, com uma mudança de escala no nível topológico, e na mesma escala, há uma transformação. Então a idéia do todo-parte está ligada com a questão da escala. Dentro de uma certa escala, há o movimento da transformação, e dentro do movimento da transformação de escala há uma reiteração no que se observa.
Se nós pudéssemos ser um homem do século XVIII, e também do século XIX e do século XX, teríamos internamente uma transformação, que seria o processo de transformação de escala da relação. Por exemplo, a Revolução Francesa, na transformação de escala, teria uma reiteração da configuração de atratores; agora, na variação de escala, haveria, ao mesmo tempo, uma transformação de padrão. Então, conservação e transformação são categorias que dependem da escala, pois a mesma coisa pode ser conservadora e transformadora, e não transformadora ou conservadora.

quarta-feira, dezembro 15, 2004

Norberto Bobbio

Creio firmemente que o único e verdadeiro salto qualitativo da história humana é a passagem não do reino da necessidade ao reino da liberdade, mas do reino da violência ao reino da não-violência.

domingo, dezembro 12, 2004

Marilena Chaui

“Se abandonar a ingenuidade e os preconceitos do senso comum for útil;
se não se deixar guiar pela submissão às idéias dominantes e aos poderes estabelecidos for útil;
se buscar compreender a significação do mundo, da cultura, da história for útil;
se conhecer o sentido das criações humanas nas artes, nas ciências e na política for útil;
se dar a cada um de nós e à nossa sociedade os meios para serem conscientes de si e de suas ações numa prática que deseja a liberdade e a felicidade para todos for útil,
então podemos dizer que a Filosofia é o mais útil de todos os saberes de que os seres humanos são capazes.”

sábado, dezembro 11, 2004

Esperando Foucault, ainda...


Um povo que concebe a vida exclusivamente como busca da felicidade
só pode ser cronicamente infeliz...

quarta-feira, dezembro 08, 2004

QUAL ESQUERDA? PT NO HAITI...

Valério Arcary, da direção nacional do Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU), agremiação que se opõe à ocupação do Haiti e faz oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ironizou o uso do termo "esquerda" para definir o partido que o PT está ajudando a criar no Haiti. "O termo está sendo usado como cobertura para um jogo de camuflagem ideológica. Esquerda e direita são conceitos que remetem a atitudes diante da propriedade privada. A direita é a favor do mercado, da acumulação do capital, enquanto a esquerda se identifica com justiça social e igualitarismo", explica. Para ele, a criação de um partido de esquerda depende de mobilização popular, o que não está ocorrendo no Haiti. O país, onde vivem 8 milhões de pessoas, tem atualmente mais de 60 partidos, e nenhum desses tem apoio da maioria da população.
Segundo Arcary, os grupos que participam do Movimento pela Fusão devem estar alinhados com a ocupação do país. "Um partido que colabora com a intervenção estrangeira em seu território, aceitando tutela, tem pouca autoridade para pensar um projeto igualitarista", comentou. Para ele, o caráter eleitoreiro da manobra está claro: "O governo brasileiro pretende articular um grupo que o apóie para as eleições presidenciais. E quer montar um partido que ganhe". Segundo Sokol, entretanto, o tiro pode sair pela culatra pois as principais organizações sociais do país, como o Mouvement des Paysans Pauvres (em português, Movimento dos Camponeses Pobres), não devem colaborar com políticos que defendam a ocupação do país.
Esperar para ver...

segunda-feira, dezembro 06, 2004

Saudades de Itamar Assumpção

Em caso de dor ponha gelo
Mude o corte de cabelo
Use como modelo
Vá ao cinema dê um sorriso
Ainda que amarelo, esqueça seu cotovelo.
Se amargo foi já ter sido
Troque já esse vestido
Troque o padrão do tecido
Saia do sério esqueça os critérios
Siga todos os sentidos
Faça fazer sentido.
Em caso de tristeza então vire a mesa
Coma somente a sobremesa ou só a cereja
Jogue para cima e faça cena
Cante as rimas de um poema
Sofra penas viva apenas
Sendo só fissura ou loucura
Quem sabe casando cura, ninguém sabe o que procura.
Faça uma novena reze um terço
Caia fora do contexto
invente um novo endereço.
Mas se apesar de banal
Chorar for inevitável
sinta o gosto do sal
Gota a gota, uma a uma
Duas, três, dez, cem mil lágrimas
A cada mil lágrimas sai um milagre.

domingo, dezembro 05, 2004

EU é um outro, novamente...

Eu sou um dos ultimos
de uma geração quase extinta
que não via diferença
entre o que voçê faz
e em quem voçê é quando as luzes apagam
menosprezo as fraquezas dos meus companheiros
escolho meus ídolos
entre meus inimigos..

Síndrome do Piu-Piu ???

O diálogo entre Christovam Buarque e Fernando Henrique Cardoso em Providence, EUA, gravado pelo próprio Buarque e publicado pela repórter Lydia Medeiros em http://oglobo.globo.com/jornal /pais/147246986.asp, é um documento de excepcional importância para a compreensão do que vem acontecendo e do que está para acontecer neste país. Seu conteúdo é de uma clareza estonteante. Nele os dois líderes admitem que seus partidos têm os mesmos objetivos, a mesma ideologia e até a mesma estratégia, não havendo entre eles outra disputa senão a do poder puro e simples, a da primazia no comando de um processo que em ambos os casos vai na mesma direção. Anos atrás, escrevi que a partilha do espaço eleitoral entre PT e PSDB correspondia à “estratégia das tesouras” preconizada por Lênin: à absorção de todas as correntes numa disputa insubstantiva, de modo que a ideologia comum, protegida por trás de um simulacro verossímil de concorrência democrática, ficasse a salvo de qualquer ataque mais sério. Para os que não são capazes de tirar conclusões dos fatos e só se convencem diante de uma confissão explícita, aí está o que pediam. Se depois disso ainda têm dúvidas, é porque são almas vacilantes, debilitadas por incertezas hamletianas insanáveis, ou – para usar de uma referência cultural mais acessível ao seu espírito – acometidas de Síndrome do Piu-Piu: “Será que eu vi um gatinho?”

Olavo de Carvalho
O Globo, 4 de dezembro de 2004


Eu é um Outro... Posted by Hello

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