pensante

René Queiroz

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Local: Sampa, Brazil

marcado

terça-feira, agosto 30, 2005

Porrada...

Do site Primeira Leitura

Gabeira - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem, para uma reclamação. Já pedi a palavra há algum tempo e V. Exa. finge que não está vendo.
Severino - Então, V. Exa. tem a palavra. V. Exa. falou muito baixo ou muito fino.
Gabeira - Obrigado. V. Exa. tem que prestar mais atenção. V. Exa. concedeu uma entrevista à Folha de S. Paulo não compatível com um Presidente da Câmara, interferindo, em nome da Câmara dos Deputados, a favor de uma empresa que mantêm trabalho escravo. Telefonou para a Ipiranga, uma empresa particular, assim como para a BR Distribuidora, uma empresa estatal.
V. Exa. está se comportando de uma maneira indigna no cargo de Presidente da Câmara dos Deputados. Estou reclamando porque ainda não posso entrar, no Conselho de Ética, contra V. Exa.
Sou um deputado isolado, mas afirmo que V. Exa. está em contradição com o Brasil. A sua presença na Presidência da Câmara é um desastre para o Brasil e para a imagem do País.
Ou V. Exa. começa a ficar calado ou vamos iniciar um movimento para derrubá-lo.
Severino - Deputado, recolha-se à sua insignificância e não fique fazendo insinuações que só cabem a V. Exa. Eu não aceito.
Gabeira - Voltaremos.

segunda-feira, agosto 29, 2005

Assedio Moral funciona sim

Indenizaçao para funcionária chamada de 'gordinha'
A empresa Control Tower Assessoria Empresarial foi condenada a pagar indenizaçao de R$ 8 mil a uma ex funcionária que tinha sido chamada de 'gordinha' pelo diretor da empresa.
Noticia de hoje na Folha Online diz que a decisao dos juizes da 2a Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 2a Regiao (Sao Paulo) foi unânime.
O relator Juiz Sergio Pinto Martins entendeu que todo trabalhador tem nome, que está incorporado ao seu patrimônio moral, e por isso nao pode ser chamado pelo chefe por apelido pejorativo.
Portanto cuidado amigos...

sexta-feira, agosto 26, 2005

alma humana

"Porque a alma humana é um abismo.
Eu é que sei."


Alvaro de Campos, um
dos heterônimos de
Fernando Pessoa

quarta-feira, agosto 24, 2005

Crítica do Valor

Surpreendi-me com a descoberta tardia da Professora Marilena Chaui de que “a economia colonizou inteiramente a política”, com que concordou os Professores Chico de Oliveira e Luiz Gonzaga Beluzzo. É claro que a margem de manobra da política tende a se estreitar à medida que as relações capitalistas se consolidam em todos os níveis.

Por que os “desenvolvimentistas” fracassaram em dá um norte para o governo Lula? Porque pretendiam trazer para realidade atual uma política que talvez se aplicasse bem na década de 60, quando as relações pré-capitalistas era um entrave, a possibilidade de se fazer medrar um capital nacional com ajuda do Estado estava em pauta e a margem de manobra para uma política nacional “desenvolvimentista” era grande.

Se “as instituições republicanas foram superadas pela economia”, como reconhece o Chico de Oliveira, para que “serve o meu voto?”, pergunta indignado. Eu acrescentaria: para que servem os partidos? A falência da política – admitida pelo Professor Chico quando indaga sobre a utilidade de seu voto - como instrumento da modernização capitalista é a expressão do colapso da própria modernização, ou seja, da crise do valor.

Apresar do reconhecimento tardio, os professores correm o risco de patinar ao acreditarem na reversão desse quadro através de ações milagrosas de partidos políticos saídos não sei de onde. O melhor seria reconhecer que seja qual for o partido, ao galgar o poder, seu papel será o de administrar a crise cada vez mais feroz, por aí não haverá margem para mudanças.

terça-feira, agosto 23, 2005

Qualidades...

"Pode-se dizer que há três qualidades essenciais para um político:
paixão, sentido de responsabilidade e senso de proporção"
Max Weber

segunda-feira, agosto 22, 2005

LEVEZA

É preciso ser leve como uma brasa, não como uma chama. Leve como um aceno, não como um grito. Leve como uma horta, não como um jardim. Leve como um livro, não como uma página. Leve como um poema, não como um verso. Leve como uma duna, não como o vento. Leve como um vestido, não como um lenço. Leve como o cristal, não como o vidro. Leve como o pão, não como a migalha. Leve como um temporal, não como o relâmpago. Leve como o varal, não como o casaco. Leve como o telhado, não como a telha. Leve como uma árvore, não como o fruto. Leve como o caroço, não como o inseto. Leve como as mãos, não como a aliança. Leve como o mar, não como a espuma. Leve como uma geada, não como a nuvem. Leve como vinho, não como a fumaça. Leve como a ofensa, não como o elogio. Leve como o clarão, não como a lâmpada. Leve como a pá, não como a faca. Leve como o cavalo, não como a lã. Leve como o armário, não como a gaveta. Leve como o moinho, não como o chapéu. Leve como o rosto, não como o pente. Leve como o mel, não como abelhas. Leve como a rocha, não como a erva. Leve como uma varanda, não como a janela. Leve como a voz, não como o silêncio. Leve como a meia-noite, não como o meio-dia. Leve como a despedida, não como a volta. Leve como uma casa, não como um quarto. Leve como as córneas, não como as moedas. Leve como um corredor, não como um quadro. Leve como uma escada, não como um degrau. Leve como uma mesa, não como o prato. Leve como o caráter, não como a opinião. Leve como uma fome, não como o apetite. Leve como desejo, não como a vontade. Leve como o amor, não como a paz. Leve como o corpo, não como o sangue. Leve como uma porta, não como um pêndulo. Leve como o inverno, não como o verão. Leve como a confidência, não como o segredo. Leve como a alegria, não como a euforia. Leve como a memória, não como a papoula. Leve como o balanço, não como a corda. Leve como a insistência, não como a dúvida. Leve como um casal, não como a solidão. Leve como a boca, não como a língua. Leve como a música, não como a palavra. Leve como a migração, não como o pássaro. Leve como o ninho, não como o ramo. Leve como a pata, não como a asa. Leve como uma cicatriz, não como o traço. Leve como o espanto, não como a reza. Leve como o medo, não como um morto. É preciso ser denso para ser leve.

domingo, agosto 21, 2005

Pós-lulismo progressista

O problema central da esquerda brasileira é de saber se o pós-lulismo será também o pós-petismo. A descaracterização do petismo por parte do governo Lula foi tão caricatural que, paradoxalmente, o PT tem todas as condições para sair reforçado dessa crise.

A perplexidade causada pela crise política brasileira reside no fato de Lula, ora parecer apenas a ponta do iceberg, ora parecer o iceberg todo. No primeiro caso, Lula é a consequência de um sistema político e econômico que pode levar o país ao caos se não forem tomadas medidas corretivas corajosas. No segundo caso, Lula é a causa de uma perturbação política grave: o cargo de presidente da República, ao ser assumido por alguém com deficiente preparação técnica e política, transforma rapidamente os demasiados poderes que acumula em demasiadas impotências.
Por agora é difícil identificar o perfil da crise. Uma coisa é certa: o Brasil entra penosamente num novo período político, um período que podemos designar por pós-lulismo. É ainda cedo para definir o legado histórico do lulismo, enquanto forma de governo. Para já, ele parece ter constituído o máximo disfarce histórico do neoliberalismo nos últimos vinte anos, ou seja, a mais elaborada conversão política do mais lídimo representante dos oprimidos (pela sua trajetória e pelo seu peso eleitoral) no mais servil e pateticamente zeloso representante dos opressores.

O pós-lulismo pode ocorrer por várias vias, por impeachment, pela desistência de Lula a um novo mandato, pela candidatura seguida de derrota. A via certamente menos onerosa, mas também a mais improvável, seria a de um pós-lulismo conduzido pelo próprio Lula: demissão imediata da equipa econômica; redução do superávit e aumento do salário mínimo; reforma do sistema político de modo a torná-lo mais transparente e democrático.

O problema central da esquerda brasileira é de saber se o pós-lulismo será também o pós-petismo. A descaracterização do petismo por parte do governo Lula foi tão massiva e tão caricatural – montar um esquema de corrupção para fazer aprovar políticas de direita – que, paradoxalmente, o PT tem todas as condições para sair reforçado no pós-lulismo. Basta para tal que tenha a coragem de assumir em pleno o ideário político e ético que lhe permitiu captar a esperança de tantos milhões de brasileiros. Pessoalmente, penso que as circunstâncias são favoráveis a que tal ocorra.

Todos as crises políticas são processos de emergência e, por isso, não podem ser vistos apenas pelo seu lado negativo. Duas emergências positivas devem ser salientadas. A primeira é que as próximas eleições brasileiras serão talvez as mais livres e transparentes da história recente da democracia representativa, não só no Brasil como no mundo.

O PT tem tudo a ganhar com este fato, sobretudo porque a sua base social e política parece estar disponível para uma nova tentativa, desde que assente num pacto político e não mais num cheque em branco. Nas condições brasileiras, o tipo de esperança frustrada pela primeira tentativa não é facilmente transferível para a direita oligárquica.

A segunda emergência positiva é a estatura política de Tarso Genro, um dos políticos de esquerda mais bem preparados do mundo. O seu nome internacional emergiu com a experiência do orçamento participativo em Porto Alegre, considerada pela ONU como uma das grandes inovações urbanas do final do séc. XX.

Com a entrada no governo Lula, Tarso Genro ganhou a dimensão nacional que há muito lhe era devida. Foi o melhor ministro – a reforma universitária por ele proposta é das mais consistentes e progressistas que conheço – e aquele que com mais êxito brandiu o petismo contra o lulismo. Um partido que gerou políticos de estatura de Tarso Genro merece olhar o futuro com confiança. Mas tal só ocorrerá se o PT souber controlar a pulsão fraccionista de molde a fazer dela gérmen da diversidade na união e não fator de fragmentação em lutas fratricidas pelo poder.

Boaventura de Sousa Santos é sociólogo e professor catedrático da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra (Portugal)

Desde que tudo mude para que nada mude...

Quais são as chances de pessoas inocentes, que levam uma vida honesta, testemunharem grossas bandalheiras? São poucas não é mesmo?
No mais das vezes, os bandidos erram e são pegos.
Bandidos denunciam bandidos.
Ou a polícia investiga casos e descobre culpados por eles.
Desqualificar confissão de criminoso é conversa de quem não quer apurar nada. Confiar em confissão de criminoso sem ter provas ou evidências de sua veracidade é atitude irresponsável.
O deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) não apresentou uma única prova do que disse até hoje. Mas tudo ou quase tudo que disse foi ou está sendo confirmado.
Em compensação, tudo ou quase tudo que disseram Delúbio Soares e Marcos Valério montados em quilos de papéis, por exemplo, é desmentido a cada dia.
Contra o ministro Antonio Palocci não pesa apenas a confissão de um suspeito de crimes. Pesam conversas do suspeito com assessores diretos de Palocci. E evidências colhidas pela polícia.
Confissão, conversas e evidências podem não ser suficientes para condenar Palocci - e não são. Mas em governos decentes e cautelosos serviriam para afastá-lo até que tudo fosse esclarecido.
Se Lula não teve coragem para mudar o rumo da política econômica ao escalar a rampa do Palácio do Planalto com 52 milhões de voto, não terá agora quando está rampa a baixo.
O chamado mercado financeiro já assimilou a hipótese de Lula não concluir o mandato. Desde que a política econômica seja mantida, pouco se lhe dá se Palocci fica ou sai.

quinta-feira, agosto 18, 2005

A Renúncia ao Poder

O único fator material indispensável para a geração do poder é a convivência entre os homens. Estes só retêm poder quando vivem tão próximos uns dos outros que as potencialidades da ação estão sempre presentes; e, portanto, a fundação de cidades que, como as cidades-estado, se converteram em paradigmas para toda a organização política ocidental, foi na verdade a condição prévia material mais importante do poder.

O que mantém unidas as pessoas depois de ter passado o momento fugaz da ação (aquilo que hoje chamamos organização) e o que elas, por sua vez, mantêm vivo ao permanecerem unidas é o poder. Todo aquele que, por algum motivo, se isola e não participa dessa convivência renuncia ao poder e torna-se impotente, por maior que seja a sua força e por mais válidas que sejam as suas razões.

Hannah Arendt, in 'A Condição Humana'

terça-feira, agosto 16, 2005

Todos os homens de Daniel Dantas

A pressa de PFL e PSDB para que se inicie logo o processo de impeachment justifica-se: caso a crise dure mais, será difícil impedir a convocação de Daniel Dantas pelas CPIs. O banqueiro é o fermento da corrupção no governo FHC, nas privatizações e no controle dos fundos de pensão
Por que só o PFL, aliado ao Sr. Fernando Henrique Cardoso nas eleições e no governo, o ex-presidente e seus homens (notadamente o Sr. Bresser Pereira) insistem na tese do impeachment de Lula? A Folha de S. Paulo dá uma pista em sua edição de segunda-feira, dia 15: todos estariam a serviço do Sr. Daniel Dantas.
A pressa se justifica: se a crise durar mais alguns dias, será difícil impedir a convocação do misterioso banqueiro pelas CPIs em andamento. O financista baiano é o fermento de toda a corrupção ocorrida durante o governo do Sr. Fernando Henrique Cardoso, na armação dos processos de privatização e no controle dos fundos de pensão, e muitos acreditam que tenha cabido a ele a colocação do jabuti na forquilha, ou seja, a invenção do Sr. Marcos Valério.
A metáfora é do Sr. Vitorino Freire: jabuti não sobe em árvore, nem um outsider como Marcos Valério entra nos grandes negócios da corrupção sem que alguém o endosse.
Se os negócios do Sr. Dantas vierem a lume, virão a lume outros cadáveres, insepultos e guardados no armário. É isso que o PFL e os mais próximos de Fernando Henrique pretendem impedir.
O desenterrar dos negócios do Banco Econômico não deixará de fora o PFL baiano.
Enfim, a chamada bancada do Sr. Daniel Dantas traz, na lapela, mais emblemas do PFL do que dos outros partidos. Há ainda outros atos, tidos como criminosos, a ele atribuídos, como a contratação da empresa norte-americana Kroll, de espionagem, para vigiar até mesmo o governo federal, grampeando os telefones do Palácio do Planalto. Nem Al Capone, nos áureos dias de Chicago, chegou a tanto.
A matéria da Folha, assinada por Kennedy de Alencar, um repórter sempre bem informado diz, textualmente: “Historicamente bem relacionado com a cúpula do PFL, Dantas recebe o auxílio de membros do partido, como os senadores ACM, Jorge Bornhausen (SC) e Heráclito Fortes (PI), além dos deputados Alberto Fraga (DF) e Abelardo Lupion (PR)”.
Essas e outras revelações abrem ainda mais a brecha entre o PSDB do Sr. Geraldo Alckmin e do Sr. José Serra, e o PSDB do Sr. Fernando Henrique Cardoso que, a cada dia, está ficando menor.
O ex-presidente só conta com membros de seu grupo, como é o caso do ex-executivo dos supermercados do Sr. Abílio Diniz e ex-ministro de FHC, Bresser Pereira, para pregar ostensivamente o impedimento de Lula.
Alckmin e Serra, que estão empurrando o ex-presidente para o fundo do palco, mantêm as posturas da conveniência, mas só pensam na sucessão de Lula, como candidatos a candidatos do PSDB.
Para Serra e Alckmin, que se consideram pessoalmente imunes à sujeira que emerge dos documentos apreendidos pela Polícia Federal, interessa o desgaste de Fernando Henrique e do PSDB mineiro, mas não convém o impeachment, que poderá soltar muitos demônios acorrentados.
Na defensiva, o PT não tem tido a ousadia necessária para exumar os cadáveres do governo passado.
Não só os cadáveres da quota do PSDB mas, também, de seus aliados, como a velha Arena que muda sempre de sigla, mas nunca de caráter.

Plinio Ramos, uma tragédia em atos...


Continuando o processo de gentrificação no centro da cidade, no dia 16/08 (terça-feira) ocorre mais uma reintegração de posse em São Paulo.
O prédio da rua Plínio Ramos, 112, Luz, ocupado por 79 famílias do Movimento de Moradia da Região Centro (MMRC) desde 2003 estava abandonado há mais de 10 anos.
O despejo da ocupação da rua Plínio Ramos, 112, Luz, do Movimento de Moradia da Região Centro (MMRC), foi violenta, apesar de não haver reação dos manifestantes que estavam em frente ao prédio.
O batalhão de choque da PM usou bombas de gás lacrimogêneo, gás pimenta e balas de borracha para dispersar as pessoas que fizeram um cordão humano pacífico na entrada do prédio. Cerca de 200 pessoas – entre estudantes, artistas e militantes do movimento - ocupavam a frente do prédio quando varias viaturas da PM chegaram e começaram a ação violenta, ferindo muitas pessoas.

S�o Paulo, nada de grave... Posted by Picasa

domingo, agosto 14, 2005

Cortazar, atualiss�mo.... Posted by Picasa

Cortázar, atualissímo...

Júlio Cortázar, Historias de cronopios y de famas (1962)

El general tiene sólo ochenta hombres, y el enemigo cinco mil.
En su tienda el general blasfema y llora.
Entonces escribe una proclama inspirada, que palomas mensajeras derraman sobre el campamento enemigo.
Doscientos infantes se pasan al general.
Sigue una escaramuza que el general gana fácilmente, y dos regimientos se pasan a su bando.
Tres días después el enemigo tiene sólo ochenta hombres y el general cinco mil.
Entonces el general escribe otra proclama, y setenta y nueve hombres se pasan a su bando.
Sólo queda un enemigo, rodeado por el ejército del general que espera en silencio.
Transcurre la noche y el enemigo no se ha pasado a su bando.
El general blasfema y llora en su tienda.
Al alba el enemigo desenvaina lentamente la espada y avanza hacia la tienda del general.
Entra y lo mira.
El ejército del general se desbanda.
Sale el sol.

CHEGA...

Chega...
Acabou a era do voto, os fatos apresentados ultimamente no Brasil, mostram que o poder corrompe até as melhores intenções.
Em verdade não há nenhuma crise política ou no governo. O que parece é que estamos vivendo um completo fracasso de uma sociedade sem ética. A sociedade por inteiro.
Começa lá em baixo, onde freqüentemente um funcionário de baixíssimo escalão, subtrai da empresa em que trabalha, um passe a mais de ônibus, seu superior imediato viaja de ônibus e cobra na tesouraria o equivalente ao trajeto feito em táxi, e apresenta recibos!
Diariamente observamos todo tipo de corrupção ativa no transito, nas filas do INPS, nas escolas publicas e privadas. Todos sabemos os caminhos para conseguir facilidades várias.
E ficamos certos de que estas práticas se não normais, impossível viver sem elas.
Um choque moral é necessário. Um choque Ético...
Acabou a era do voto, a sociedade culpada precisa interessar-se por política, conhecer política e governar junto. Participar mais.
É necessário apagar do dicionário a palavra Democracia e substitui-la por Filocracia, onde todo cidadão estaria constantemente interferindo nos rumos políticos da nação, fiscalizando e reprovando atos indecentes que poderiam criar dificuldades.
Uma ruptura completa com o sistema vigente.
Chega de partidos, chega de tudo isso...
Rene

sábado, agosto 13, 2005

Uma Saída

A raiz dos problemas no Brasil está em dois focos principais: A falta de caráter das pessoas e o financiamento de campanha. No que toca à falta de caráter não ná sistema político ou econômico que resista. Pessoas sem caráter destruiriam qualquer forma de organização. É impossível erigir qualquer coisa com material podre. Quanto ao financiamento de campanha, o financiamento em si torna a campanha ilegítima, uma vez que o que acaba prevalecendo não é a capacidade administrativa e a habilidade política do candidato, mas a quantidade de dinheiro conseguido e a competência do marqueteiro.
Os atuais políticos com mandato não deveriam conduzir qualquer processo de reestruturação do sistema eleitoral ou administrativo da coisa pública, uma vez que fracassaram e a atual situação do país é uma cabal prova disso.
Todos os espaços públicos deveriam ser disponibilizados à população em todos os municípios através de audiências públicas absolutamente democráticas para que pudesse livremente discutir e encaminhar suas soluções.
Todos os partidos deveriam ser sumariamente extintos, cada pessoa é um partido, e nada pode impedir que as pessoas se entendam quando elas querem se entender.
A cultura da competição deve ceder e dar lugar à cultura da colaboração.

quarta-feira, agosto 10, 2005

O que diria Florestan Fernandes?

Hoje completa uma década da morte de Florestan Fernandes. O notável sociólogo percorreu um caminho que é um exemplo para os brasileiros. Já adulto, completou a sua formação pré-universitária por meio dos exames de madureza. Teve de abandonar os estudos no terceiro ano primário e só aos 17 anos de idade pode retornar à escola. Estudava à noite e trabalhava em dois empregos. Tinha tido uma infância dura. Sua mãe, empregada doméstica, criou sozinha o filho. Mesmo assim, o sociólogo nunca usou o passado para legitimar nenhuma posição política que adotou. Pelo contrário, foi um estímulo para enfrentar as dificuldades da vida.Nos livros, tratou da discriminação sofrida pelos negros, estudou os indígenas, lançou o olhar sobre o lazer dos dominados, discutiu a revolução no Brasil e na América Latina. Intelectual militante, encontrou no Partido dos Trabalhadores um conduto para a luta política. Foi eleito duas vezes deputado federal, em 1986 e 1990 (não concorreu à reeleição, em 1994, pois estava muito doente). Na Câmara, manteve a coerência e o rigor dos tempos da USP, de onde foi expulso pelo Ato Institucional nº 5 sob o silêncio complacente dos colegas.Com presunção, reconheço, fico pensando: o que poderia escrever Florestan Fernandes sobre a grave crise que vive o PT, o governo Lula e a República brasileira? Certamente estaria estarrecido com as denúncias de corrupção envolvendo a direção do Partido dos Trabalhadores e membros do alto escalão do governo. Poderia considerar o PT como um novo partido da ordem, tal qual tantos outros, semelhante até nas formas dos desmentidos frente às denúncias: a falsa indignação, o choro e a defesa hipócrita dos valores republicanos.Será que buscaria a origem do esquema de corrupção muito antes de primeiro de janeiro de 2003? Afinal, hoje constatamos que a direção do PT tinha um saber adquirido - que há muito transformava recursos públicos em partidários - proveniente, provavelmente, da experiência administrativa em gestões municipais, sindicatos e fundos de pensão de bancos e empresas estatais.Dessa forma, a subtração planejada dos recursos públicos tem uma história - e de longa duração - que era desconhecida de muitos membros, simpatizantes e eleitores do partido.Vez ou outra saía uma denúncia sobre desvios na aplicação dos recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador, sobre uma prefeitura petista supostamente envolvida na compra suspeita de merenda escolar (como em Ribeirão Preto, na gestão Antonio Palocci), ou, ainda, sobre negociações nebulosas com os empresários de transporte urbano (caso de Santo André). Porém, logo tudo era esquecido sob o argumento de que a direita estava querendo desconstruir a imagem do partido e de seus dirigentes.A amnésia petista também alcançou momentos importantes da sua história. Hoje é patética a defesa que seus parlamentares fazem do governo nas CPMIs. Quanta diferença em relação à CPI que levou ao impeachment de Fernando Collor! Diversamente de 1992, buscam desesperadamente filigranas jurídicas para desqualificar os depoimentos, quando não a própria truculência. Tudo em vão, pois, no dia seguinte, as denúncias são confirmadas. E ampliadas. A desmoralização do PT, que terá um efeito eleitoral devastador em 2006, é muito maior que simplesmente o desmascaramento da sua liderança. Atinge o coração da democracia, pois desqualifica a ética como princípio basilar da vida republicana. Desmoraliza a política como espaço de participação popular e coloca na lata de lixo - ao menos momentaneamente - a idéia de mudança.O partido é, hoje, um cadáver político. Não tem mais qualquer condição de reviver. Seus dirigentes vivem o ocaso. Logo serão lembrados como uma melancólica página da nossa história. Mas muito pior que tantas outras, pois durante 25 anos representaram um papel que ganhou ares de verossimilhança. Seus eleitores não imaginavam que, ao votar no partido, estavam dando carta branca para Delúbio Soares, Silvio Pereira e tantos outros. Mas é necessário ir além: é chegada a hora de identificar no presidente da República a razão central da crise. A direção do partido foi eleita com seu apoio. São de sua inteira responsabilidade as nomeações de ministros e diretores de empresas estatais. A construção da base política do governo no Congresso Nacional, com farta distribuição de cargos, passou pelo gabinete presidencial. Lavar as mãos, fingir indignação ou imputar à elite uma conspiração para derrubá-lo reforça um comportamento político messiânico que, no limite, despreza as instituições democráticas do Estado de Direito.
São ridículas as tentativas de se afastar da crise política discursando para platéias escolhidas a dedo e se emocionando com sua biografia. O papel de herói de si mesmo se esgotou. Hoje, a pergunta central é se o presidente Lula teve participação direta neste processo ou se simplesmente concordou pela omissão. Os dois casos são contemplados pelo artigo 85 da Constituição Federal.

Marco Antonio Villa, 49, é professor de história da Universidade Federal de São Carlos (SP)

terça-feira, agosto 09, 2005

Lula não é Collor

Lula tem seus defeitos, e tem enfrentado problemas dentro da classe média, que alguns analistas insistem em achar que é pendão da balança de qualquer mudança política no país
(Acho besteira, a classe média, assim como os pobres, é um mero reflexo do que a mídia fala).
Mas, de qualquer forma, comparar Lula com Collor, como a Veja faz na capa desta semana é no minimo histeria e desespero.
Lula ainda tem uma base parlamentar e popular importante, incluindo sem-terra, parte considerável da esquerda e dos empresários. Collor era representante de um partido obscuro, Lula é um dos maiores representantes de um dos maiores partidos do país, o que lhe garante estabilidade. Ainda não estamos vendo grandes manifestações populares
(Não falo de comunidades cretinas dentro do Orkut) nem nada do tipo. Nem fitinha preta no carro, nem adesivos. Ao menos por enquanto. São situações bastante diferentes entre si.
Por mais que tenha havido sujeira nos dois mandatos, são sujeiras distintas.
Claro, comparações com Collor (O mesmo que era aclamado pela própria revista antes de ser eleito) são lugar comum porque este entrou na lata de lixo da história. Assim como "nazista" virou xingamento e Stálin, Hitler, Mussolini e Pol Pot viraram insultos.
Como sempre, a dúvida é: seria a Veja a versão brasileira da Insight do Reverendo Moon? Ou a versão impressa da Fox News?

segunda-feira, agosto 08, 2005

Os ricos e os poderosos trabalham pela permanência de Lula.

Quem leu os jornais e revistas deste final de semana está muito enganado se entendeu que o Governo Lula está por um triz, porque por trás das informações movimentam-se poderosas forças políticas e econômicas que trabalham justamente para sustentar o Governo Lula. Um jornalista, Polibio Braga,conversou neste final de semana com líderes políticos e empresariais gaúchos que fazem a ponte aérea São Paulo-Brasília, que é onde tudo se decide. As perguntas são aquelas que você, faz agora com muita ansiedade:
1) no que vai dar tudo isto ?
2) Lula será atingido ?
É claro que os Partidos da base aliada trabalham afanosamente para que Lula seja preservado, o que quer dizer que o Governo não seria atingido, mas podemos informar que o PSDB, o PTB, o PMDB e o próprio PFL, também trabalham na mesma direção. A tese de manter o Governo com Lula tem o apoio ostensivo do Presidente do STF, Nelson Jobim, e também de lideranças importantíssimas da banca nacional e internacional, além de poderosos empresários de São Paulo ligados ao setor exportador, passando pelo Governo dos Estados Unidos. Com apoio tão expressivo, por que razão a operação abafa ainda não obteve completo êxito ? A razão está nos fatos. O que quer dizer que se os fatos não atropelarem o Presidente, ele será poupado porque ninguém com peso político e econômico específico, interna e externamente, quer devorar as entranhas de Lula. As razões dos amores a Lula podem ser encontrados na política econômica neoliberal entreguista e no cinturão sanitário social que o Governo conseguiu estabelecer, ao circunscrever a ações de organizações como CUT, MST e CNBB. E finalmente está o horror de todos a um possível Governo José Alencar, de quem se teme o viés nacionalista e a vocação do Vice-Presidente para o desenvolvimento econômico. É um paradoxo: o temor é de um empresário conservador que promete fazer no Governo tudo aquilo que o operário socialista prometeu e não fez – até pelo contrário...

domingo, agosto 07, 2005

O analfabeto político

O pior analfabeto é o analfabeto político.
Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos.
Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão,do peixe, da farinha,
do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas.
O analfabeto político é tão burro que se orgulha
e estufa o peito dizendo que odeia a política.
Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce a prostituta,
o menor abandonado e o pior de todos os bandidos,
que é o político vigarista, o pilantra, o corrupto
e lacaio dos exploradores do povo.

Bertold Brecht (1898 - 1956)

O político analfabeto

O pior político é o político analfabeto.
Ele não ouve, fala mais do que deve
e faz que não participa dos acontecimentos políticos.
Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha,
do aluguel, do sapato e do remédio
dependem dos acontecimentos políticos.
O político analfabeto é tão burro que se orgulha
e estufa o peito quando dá as costas para a política.
Não sabe o imbecil que, do seu mau manejo da política, nascem os políticos prostitutos,
o menor abandonado e o pior de todos os bandidos, que é o vigarista político,
o pilantra, o corrupto que traz consigo os seus lacaios,para enlamear uma pátria.

Roman

segunda-feira, agosto 01, 2005

"In the future everyone will be famous for fifteen minutes"
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